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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Da série: Poesia Urbana! “Matou a família e foi aonde afinal?”

Google diria: "Você quis dizer: açougue?"


Esta bela inscrição numa parede da avenida Independência, quase esquina com avenida Rio Branco* demonstra claramente o apreço de Juiz de Fora por essa modalidade de poesia (urbana).

“Matou a família e foi ao açougue” certamente já faz parte do cenário da cidade e está marcada na memória dos juizforanos. De uma beleza sem igual, e um significado tão claro, esta poesia chama à reflexão. É uma pena que seu poeta esteja anônimo até agora...

Entretanto, fontes confiáveis deste blog confirmam que esta poesia foi originalmente alterada. Segundo nossas fontes, a poesia teria sido vitima da censura privada de um conhecido estabelecimento, que sem compreender a genialidade do poeta, decidiu não ter seu nome vinculado à obra.

A história, registrada pelas nossas fontes, conta que orginalmente a frase era “matou a Familia e foi ao ______ (Insira aqui o supermercado que tem nome de uma ilha caribenha)**”. O referido estabelecimento mandou um de seus funcionários apagar a ultima palavra. Um verdadeiro absurdo, já que qualquer um pode observar que a ausência do substantivo final torna a poesia nonsense!

O poeta, insistente, voltou a completar seu poema, seguido por novo ato de censura por parte do estabelecimento. Os mais observadores poderão reparar na foto a diferença de tintura no muro.

Algum fã (nesta altura a poesia já era famosa) decidiu então contemporizar e completar com a palavra “açougue”. O poeta descontente insistiu: “açougue do ______!”. Mas foi alvo de nova censura.

Já desanimado, o poeta decidiu não guerrear mais, e a poesia entrou para eternidade assim... Mas aqueles de memória mais aguçada sabem de onde era o açougue!

* tal frase lapidar foi pichada por cima de outra, que dizia "Sepultura 30/09/2006", também conhecido como "o show que nunca houve"
**a diretoria do blog decidiu não divulgar o nome exato do estabelecimento porque tem como política só fazer merchandising a quem nos paga. Mas para bom entendedor meia palavra basta.

8 comentários:

  1. Uia.. não lembrava disso. toda vez que lia o AÇOGUE. Algo me parecia errado. Tudo ficou muito mais claro agora.

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  2. Ha, achei ótimo o blog!
    Estão de parabéns. E só para constar, o poeta não foi nada original, pois tirou a inspiração de um filme marginal brasileiro dirigido pelo julio bressane em 1969: http://www.cineplayers.com/filme.php?id=2883

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  3. Po Letícia, vc ta menosprezando o Drummond juizforano! O cara não só foi criativo como foi genial, de uma perspicácia fora do comum!

    Ele usou esse filme tipo B e colocou Bahamas ao invés de cinema, como uma espécie de crítica para a cultura de JF e do gizforano, que vai ao mercado mais vezes por século do que ao cinema, teatro, etc. Simplicidade genial!

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  4. Esse post me lembra também uma frase premonitória (?!) que eu lembro ter visto na praça Antônio Carlos, muito antes da banda Parangolé estourar com seu agradabilíssimo hit único: "Michael Jackson o rei do rebolation".
    Aposto que a idéia da música veio daí, da cabeça de algum gênio juizforano!

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  5. Antes tava pichado como "Matou a família e foi ao Bahamas"
    Percebam ao passar no local que o muro recebeu nova "porção de chapisco" e depois picharam por cima o açougue...
    Ah essa concorrência!

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Afinal, alguém morreu ou não?

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